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Espiritualidade no Ambiente de Trabalho

Este artigo fomenta a definição de Ashmos e Duchon (2000) de que a espiritualidade corporativa está alicerçada no grau de reconhecimento dos funcionários como seres humanos, os quais possuem uma vida interior que os alimenta e também é alimentada pelo ambiente de trabalho dentro da comunidade, onde desenvolveu o primeiro instrumento a medir a espiritualidade nas organizações, o qual foi validado no Brasil por Paulino et al. (2010). Ashmos e Duchon (2000) afirmam que o ambiente de trabalho, por ter uma quantidade progressiva de pessoas, é o único laço consistente com outras pessoas. Este escopo demonstra que o ambiente organizacional deve ser encarado como um espaço privilegiado, onde se pode praticar a espiritualidade.

Este tema possibilita a discussão para o novo paradigma surgindo no ambiente de negócios – a espiritualidade no ambiente de trabalho. Atualmente a espiritualidade no ambiente de trabalho é considerada aceitável e reconhecida no universo acadêmico. Temas específicos abordando este assunto entram em cena com maior frequência em paper-reviewed, revistas e, em 2001, a Academy of Management criou um grupo de interesse especial para gestão da espiritualidade e religião (POOLE, 2009).

Percebe-se que a espiritualidade se movimenta fortemente no ambiente dos negócios. Com isso, surge um grande número de autores que defende a correlação do tema no cenário corporativo (PAULA; COSTA, 2008).

Resultados de pesquisas anteriores sobre a espiritualidade no trabalho levou à seguinte definição desta tendência:

Espiritualidade no local de trabalho é uma experiência de interrelação e confiança entre os envolvidos em um processo de trabalho, engendrada pela boa vontade individual. Ela leva à criação coletiva de uma cultura organizacional motivacional, sintetizada pela reciprocidade e solidariedade, e resulta em melhor desempenho global, que é, em última análise, traduzida na duração e excelência organizacional (MARQUES, 2010).

Silva e Siqueira (2004) mencionam a importância do ambiente para potencializar o desenvolvimento pessoal, o autoconhecimento, a intuição e a criatividade. No cenário atual, a sociedade valoriza o indivíduo pelo “ter”; no entanto, a real existência do ser humano busca o “ser”, considerando os aspectos humanos – corpo – mente – alma. Logo, a organização que valorizar seu funcionário no ambiente de trabalho, proporcionando um aprendizado e conhecimento e um local propício à interação entre as pessoas, poderá ter mais chances de levar o indivíduo à auto-realização e, com isso, reter os talentos na companhia. Quando os funcionários são vistos como indivíduos, os quais possuem suas diferenças pessoais, compostos por suas características biopsicossociais e espirituais, as empresas alcançam o resultado devido à afetividade organizacional que gera o comprometimento e desempenho dos funcionários. Ashmos e Duchon (2000), Matos (2001) e Milliman, Czaplewski e Ferguson. (2003) destacam que esses aspectos podem servir para o incremento da eficiência corporativa, ou seja, denominada aqui neste estudo como espiritualidade corporativa.

Quando a espiritualidade está inserida na organização, é claramente identificado o interesse em conhecer o funcionário e em humanizar seu ambiente de trabalho, tornando de forma eficaz não somente a competência das pessoas para desenvolver o trabalho, mas constatar aquelas que realmente queiram executar tal atividade. (FERNANDEZ; GUTIERREZ, 1988).

 

Prof. Randes, MSc.

Prof. FGV e Ibmec, Coach Executivo, Consultor e Palestrante

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